Não há exterminado. Desaparece o fenômeno; a substância é a mesma. Nunca viste ferver água? Hás de se lembrar-te que as bolhas fazem-se e desfazem-se de contínuo, e tudo fica na mesma água. Os indivíduos são essas bolhas transitórias.

sábado, 23 de abril de 2011

Eu corro sim, corro no Elevado Costa e Silva, corro na praia, periodicamente, por vezes na companhia do meu irmão, cumprindo religiosamente o nosso plano; até semana passada eu corria trinta minutos, agora estamos correndo quarenta, e nosso objetivo é chegar a correr 60 minutos por treino. Estranha a motivação de voltar a treinar. Transpirar é muito bom, elimina toxinas acumuladas no organismo, oxigena o cérebro, te deixa em forma, mais bonito, com a pele mais bonita e o joelho doendo. Mas o que mais conta na minha corrida é conceitual, é simbólico, ou nem tanto; eu transpiro uma vida, e abro espaço para outra, sinto meu passado escorrendo dos meus poros, endorfina nas veias, vontade de viver, de descobrir as coisas de que me escondi nos últimos tempos... Correndo eu aprendo a me conhecer, raciocinar, aprendo comigo, descubro grande e valorosa fonte de inspiração em meu Ser; tenho sido ao longo dos dias, apresentado a mim mesmo, repensado meus valores. E é claro que não é a corrida que faz isso com a pessoa, até por que já corro ha muitos anos, mas ela teve grande valor na minha vida, quando me vi em um cenário em que nada, absolutamente nada estava indo bem na minha estrada... Bati no fundo, e correr se tornou uma alternativa de fazer algo certo, uma tabua de salvação. Aprendo dia após dia sobre o Ser Humano, e até onde ele pode suportar as mazelas da vida, as colheitas obrigatórias que nos chega mais dia menos dia, e semeei muita coisa por simples culpa, ignorância ou maldade, e minha safra catastrófica chegou, desastrosa em muitos sentidos. Mas a gente aprende, é preciso aprender que, mesmo uma safra mau gerada, tem em seus frutos alimento para o espírito, e tais frutos me ensinaram umas coisas, mas também reforçaram teorias que jamais abandonarei, Mantenho minha inocência sincera, mas hoje ela não me cega. Correndo pela vida eu busco respostas, me conheço melhor, tomo consciência do meu valor para as pessoas, mas, principalmente, descubro meu valor real... Trilho novo caminho, de dedicação, estudo, poesia, prosa e verso, elevação moral e busca de bons companheiros de jornada, e tenho fé que reconhecerão meus defeitos e aproveitarão meus frutos como eles são. Não tenho tempo a perder, não me interessa provar qualquer coisa... Obrigado meu irmão pela força e companhia, e sei que você corre pela vida também. Corro pela vida, suando outra vida pelos meus poros físicos e psicológicos, e abro espaço para minha nova.

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